Meu caixão
Em gélida arca retangular
junto cinzas, ossos e dores
enterro aqui falsos amores
estrelas observo, uma a uma a contar.
Eis que uma centelha de vida,
desavisada, no caixão inda brilha
Na face do crânio que jaz sorrindo
abarca a morte e seu funesto destino!
Apodreci num caixão modesto
Onde não cabem nem Musas nem Mundo
lar eterno dos meus restos
sepultura do meu sono profundo!
Postado em 28/06/2013 (escrito na madrugada do dia 10/05/2013. Ler "O caixão fantástico", de Augusto dos Anjos). Nicolas Peixoto.